Escrevo para tranquilizar minha ambivalência
e distrair minha inconstância.
Para me perder em céus de chumbo
e depois aterrissar em solo seguro.
Escrevo não para expor o que penso,
mas para preservar o que ainda não sei dizer.
Escrevo para decifrar as feras que uivam em meu porão,
e também para espantar meus fantasmas.
Escrevo não para inventar dilemas insanos,
mas para rever aqueles esquecidos ou evitados.
Escrevo para perder o senso e depois reencontrá-lo na próxima esquina.
Para destruir convicções, principalmente as próprias.
Escrevo por prazer e paixão.
Escrevo, enfim, para existir.