terça-feira, 12 de novembro de 2013

Que dia! (2)



Que dia! (2)

Que dia este
para acumular vontades florescidas
ainda na semente...

O mesmo dia
em que sonho singrar teus mares e
molhar meus pudores
(tão abissais e atávicos)
mas os escondo nas vírgulas deste poema...

Que dia
para conter a corrida dos sentidos,
a gula das mãos que tateiam sem ter
e a devassidão da nossa luxúria.

Para frear asas abertas,
voos clandestinos
 e explosões de estrelas...

O mesmo dia
para conceber que os jardins atrás do muro
são tão coloridos quanto impossíveis...

Para descobrir que sempre te pressenti,
sempre te soube e saberei.

O dia para entender que devo silenciar-me
para que ouças o que nunca ousarei dizer...

Ah!... Que dia...