segunda-feira, 25 de julho de 2011

O voo da flor





A lua irrompe a convite da noite,
resta ainda uma rosa acordada.
O vento sopra e a estremece inteira,
transfigurando-a em uma flor alada.

Ao som de sussurros bailam ao luar,
não há testemunhas; dorme o jardim.
A aurora anuncia a necessária despedida,
e se beijam, por fim, ao som de um bandolim.

O sol decreta o podar das asas,
a flor, em silêncio,respira solidão.
Na lembrança, o sabor da cumplicidade.
Dança de amor quase nunca é em vão...




terça-feira, 19 de julho de 2011

Reverência à Vida




Quero
despir-me das roupas que não mais me pertencem
para cobrir-me com as tramas dos tecidos
costurados com o fio da minha verdadeira essência.

Quero
transfigurar em palavras, imagens e eufemismos
tudo aquilo que em mim sobra
ou falta
ou não encontra o caminho de volta para a casa.


Quero
entornar o jarro dos sentimentos guardados 
para sorver cada gole da minha existência contida
até embriagar-me de tanta vida não vivida.

Quero
desmontar o palco do teatro de fantoches
para erigir um templo edificado sobre o meu ser,
onde ofertarei meu poemas e canções
como forma de louvor e reverência à vida.



À verdadeira vida!