Nas voláteis ruas do meu tempo
fui colecionador de esperas e crenças
- quase todas quebradiças –
que me levaram até uma rota de fogo
onde embalei cirandas confusas.
Com as pupilas abertas e descrentes
investiguei rastos carcomidos,
sonhei vinganças e tramas
- quase todas desnecessárias-
decalcando minhas inconstâncias
em espinhosas peles de seda.
Fiz-me rocha, porto, vento e mar.
Fui silêncio e grito escancarado.
Fui sombra de um roteiro viciado
nas mesmas curvas e valetas.
Hoje, alheio de mim mesmo,
refaço-me em luzes diferentes.
Máscara caída, riso liberto,
alma cicatrizada...
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